Month: April 2011
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O ideal me mata…
O ideal me mata, o ideal ideal Tão utilizado quanto inútil Muitas vezes Trouxe suvenires Desta aldeia da idéia E lá deixo meus Pobres cobres Isso vai me matando Da fome do tátil Do crível e amável Da pequena bela idéia Estou fugindo Do seio do ideal Para o agasalho Do seio do…
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Me encontro entre os quatro trilhos…
Me encontro entre os quatro trilhos Como filhos separados ao nascer Correm para encontrar o infinito Mas só vão e vêm, porque trem. Alargo os passos pra pisar dormentes E posso estar fugindo Faz um sol parado dos diabos Cascalho pra todos os lados Só cacos na bagagem Alguns colados pelo caos, como…
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Refeição
Um peixe jazendo dourado numa travessa brilhante Vai sendo velado aos nacos em gomos de carne Vai sendo velado aos nacos em dentes protéticos Em histerias protéicas Agora, o assado é passado A nudez testemunhal de um animal É sua espinha limpa numa travessa opaca
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Dois gatos
O gato que vira lixo E o gato na almofada São gatos os dois Nunca Um é gato na almofada O outro é gato depois Um é gato de dia Nos pelos e nas preguiças O outro vira lixo Nas unhas e nas malícias Um é gato de noite E briga contra um…
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Tudo.
Te aquieta, aquieta Não queira me ter Só queira me ter agora no tempo parado. Esquece a excitação histérica Ignora toda escola Enquanto caminha no quarto e sente o ar parado bater nas carnes mais brancas, menos afeitas aos tatos. Começa a pousar teus ossos Nas cobertas, nas mobílias, nos tapetes Com o tempo, tudo…