Arrogância, nenhuma pompa

Arrogância, nenhuma pompa

foi crucificado ou crucificou-se

Seu martírio veio da pura imperfeição

Genuína fraqueza, seus ferimentos, pois rastejava apenas

Um incomensurável azar, seu carrasco

Vivia crucificado

Na horizontal, canetas fincadas nas mãos, uma viga de papel

Letras, sílabas, palavras, versos, sobrepunham-se

Formando a cruz

E como não tivesse quem o erguesse a prumo

Deitado seguia seu suplício olhando o céu

E pensava

em pedir perdão porque escrevia