Meiguices

Existe um tipo de música e músicos em que se pode pregar a etiqueta de “meiguinho”. Embora haja um certo sarcasmo em uma afirmação como essa, não é algo que desqualifica uma canção “a priori”. Como já disseram antes, escrever sobre música é como dançar sobre arquitetura, os adjetivos não substituem a própria audição, sem contar as questões de gosto pessoal.

Para mim, a meiguice tem diferentes vertentes. Tem coisa irritantemente açucarada, tipo “You’re beautiful” do James Blunt. Ou “Yellow” do Coldplay, música legal, mas que depois da milionésima audição você quer dar com a cabeça na parede. Tem também “Belle & Sebastian”, meiguice no nome da banda, em toda a obra artística, nas capas dos CD’s, nas performances, no visual, na água mineral que eles bebem, coisa pra um estômago forte.

Finalmente, tem o que se pode chamar de boa meiguice, como o que vai rolar pra vocês aqui. Continuando a onda de citar algumas fontes de garimpagem da Internet, o blog Aurgasm mantém um bom movimento de música do mundo afora. A promessa audaz é “apresentar um conjunto eclético de prazeres auditivos. Investigar música que você nunca ouviu e apresentar somente o melhor. Espere por música curiosamente diferente, mas simplesmente deleitável” (tradução livre). Bueno, alguma coisa sempre dá pra pescar em blogs como este.

Uma diversão à parte é ver os estilos associados a cada lançamento: hiphop abstrato, blip-hop, turntablism, indie folk, bedroom rock, ambiente, blithe folk pop, post-rock, shoegaze…confesso que me perco em toda essa batização maluca, sou do tempo Heavy Metal, Reggae, Forró: sem confusão.

Fechando, via Aurgasm, na pastinha de “israeli acoustic indie reggae”, segue Habanot Nechama com a música Hakol Kashura (Everything’s Alright). Meigo e acústico, atmosfera “étnica” de qualquer som cantado em uma língua diferente do inglês. Vamos ouvir até que vire música de propaganda de shampoo ou margarina, música de felicidade. Enquanto isso, grande som.

[audio:habanot.mp3]

por helil