Teve uma coisa boa na derrocada da União Soviética e da queda do muro de Berlim (entre muitas outras). E, no mesmo processo, no nosso microcosmo, a chegada ao poder de antigos líderes da esquerda, FHC e Lula. A invenção da direita que escreve. E se manifesta, veste camisa, empunha bandeira (ainda que faça tudo isso virtualmente).
Até hoje sempre foi mais bacana e acessível ser de esquerda. Agora virou bagunça, todo mundo tem telhado de vidro e precisa amarrar as calças pra entrar em qualquer quizila – antigamente jogo ganho – de como o capitalismo isso e aquilo e a classe vitimada não e não. Tem direitista falando de conspiração e esquerdista falando em trancafiar.
Repito: tudo isso é muito bom. Mas a criação de uma arena de debates não se faz da noite pro dia, e uma força superior impede esse e aquele lado de manter uma discussão honesta.
O debate brasileiro sempre parece acontecer entre torcidas adversárias. Vira embate, “fazeção de figa” pra lá e pra cá.
Colo aqui uma série de trechos colhidos em uma polêmica qualquer:
“Nunca vi tanta bobagem escrita, nem parece uma pessoa que frequentou faculdade.”
“O [fulano] está esfolando você no blog dele. E com razão. Abraços.”
“Ele devia ter canonizado o lula da çiuva, pois ele se acha Jesus Cristo.”(grifo meu)
“ahahah…eh um dos textos mais vagabundos e ordinarios que eu li nesses ultimos tempos…peca demissao, meu caro!”
“…demonstra uma simpatia acrítica pelos remelentos”.
“PÉSSIMO TEXTO O DELE,PESSIMO ![…]NA FALHA TÁ CHEIO E SE ACHAM O MAXIMO EM TERMOS DE ‘INTELEKTUALIDADE !”
“Quer saber? Não tenho paciência com adultos com deficiência de crescimento mental.”
“CHICABON NO [fulano]. O NEGÓCIO É O CHICABON. CHICABON RESOLVE! CHICABON É O BOM! CHICABON!!”
“[…]Tem mais, quer????”
Pouco argumento e às vezes nem mesmo opinião.
O Santos Futebol clube é a única verdade do futebol. O resto tinha que sumir, tomar pancada e desaparecer (figas procê).