O filósofo Bento Prado Jr. morreu neste 12 de janeiro de 2007. Entre todas as elegias imperaram os testemunhos sobre a acessibilidade, simpatia e a ausência de estrelismo desse acadêmico.
Não li nada de sua obra e, ademais, leio qualquer coisa que me caia nas mãos como um folhetim, de bulas de remédios a tratados de filosofias – talvez uma evidência do meu entendimento obtuso de tudo.
O que chama a atenção em tudo isso é a raridade de uma figura “bacana” em qualquer meio que seja. Das academias ao mundo das celebridades do cinema, incluídos aí os curraizinhos onde vivemos nossa existência de menor alcance. Bento Prado Jr., com sua personalidade, ofusca o vulto da própria obra.
Na selva em que temos que criar nosso renome, vale amplificá-lo artificialmente. No ataque (sendo a melhor defesa) é necessário levar nosso próprio tapete vermelho debaixo do braço, espocar os flashes sobre nós mesmos. É assim que conseguimos empregos, clientes, bolsas acadêmicas, amigos e pares: espaço e sobrevida.
Mundo chato, em contraste ao mundo bacana desse Sr. Bento Prado Jr.